Boogiepop Phantom


Alternativos:Boogiepop Wa Warawanai, Boogiepop Never Laughs
Ano:2000
Diretor:Takashi Watanabe
Estúdio:Madhouse
País:Japão
Episódios:12
Duração:22 min
Gênero:Terror / Adulto








"Masterpiece". Difícil pensar em outro adjetivo que sintetize, de maneira tão fiel quanto este, a obra-prima aqui em questão. Contudo, devo fazer uma ressalva antes de continuar a "review": este anime não é para qualquer um. Quem prefere sentar-se em frente à TV e assistir a uma pancadaria, sem ter que pensar muito ou se esforçar para entender uma história mais complexa, clique aqui.

Bom, os que aqui chegaram, não me culpem por uma eventual queima de neurônios após assistir ao anime. Produzido em 2000 pela VAP e animado pela famosa Madhouse, sob a direção geral de Takashi Watanabe, BoogiePop Phantom foi ao ar no Japão pela primeira vez naquele mesmo ano, pela poderosa TV Tokyo.

Devo dizer que não é nada fácil escrever, o que quer que seja, a respeito de uma obra como esta. A dificuldade já começa ao tentar definir seu gênero. A maioria a chama de suspense, alguns de terror, mas o gênero que parece melhor se encaixar é "psycho". Sim, como Lain e Evangelion, é de dar nós na mente. É imperativo prestar atenção em cada cena, pois um único detalhe perdido pode fazer falta no final.

Outra coisa que requer grande concentração do otaku são os personagens. Diferente dos animes "povão", em BoogiePop não se encontrará personagens com cabelos coloridos, nomes chamativos ou roupas escandalosas. São pessoas comuns, com cabelos normais e fisionomias ordinárias, além de nomes tipicamente japoneses (o que tem o potencial de tornar as coisas tanto mais difíceis). Soma-se a isso, ainda, o fato de que quase todos têm dupla personalidade.

O enredo é fascinante. Nos primeiros seis episódios, mais ou menos, temos histórias extremamente interessantes, porém, aparentemente, desconexas entre si. Mas na segunda metade do anime, com um brilhantismo espantoso, todas as histórias e personagens começam a se conectar e, juntamente com novos rostos, lugares e acontecimentos, formam uma teia primorosa, onde passado e presente misturam-se de maneira tão alucinante que não se sabe ao certo em que tempo se dão os acontecimentos.






BoogiePop Phantom se passa num período que abrange os últimos cinco anos. No presente, um misterioso raio de luz, de alguma forma, desencadeia uma série de acontecimentos, aparentemente, inexplicáveis. Jovens começam, repentinamente, a desaparecer, e atribuem-se tais incidentes a uma lenda urbana, o BoogiePop. Mas quem é BoogiePop? Ele realmente existe? O que ele e o raio têm a ver com os acontecimentos ocorridos cinco anos atrás? O que esses jovens que estão desaparecendo têm de especial? Quem são Echoes e Mantícora? O que significa o estranho arco-íris que tem coberto o céu japonês após o raio? Felizmente, nesse caso, não basta assistir ao último episódio para obter essas respostas. È necessário assistir a cada cena, sem piscar, até o fim.

A qualidade técnica de BoogiePop Phantom é de deixar perplexo. Com uma animação digna da Madhouse; traço, embora simples, bastante consistente e realista e uma trilha sonora excelente, com temas de abertura e encerramento excepcionais, no quesito técnico, também, esse anime encabeça os "rankings".

O constante diálogo passado/presente contido nesta série é soberbo. Algumas cenas se repetem vezes e vezes, com cada nova repetição apresentando um novo fato, ou uma nova e reveladora perspectiva. Alguns episódios simplesmente ficam gravados na memória do telespectador, especialmente os iniciais. Impossível assistir a "Portraits in Darkness" (#2) e "My Fair Lady" (#4) e não ficar pasmo.

Muitos de vocês já devem ter ouvido algum tipo de comparação entre BoogiePop Phantom e Lain (até mesmo a clássica cena das imagens se formando na xícara de café está presente em ambos). Em todo lugar ouvem-se comentários desse tipo. E é demasiadamente difícil estabelecer uma hierarquia entre estas duas obras-primas, de fato. Ambas beiram a perfeição, cada qual à sua maneira. A profundidade e complexidade dos roteiros são bastante parelhas. Mas BoogiePop se sobressai nos aspectos técnicos. Permeado, em seus 12 episódios, por um apanhado de ruídos ainda mais rico que os de Lain, temas musicais ainda mais espetaculares e uma animação ainda mais rica, num ambiente - acreditem - ainda mais sombrio e misterioso, falamos, realmente, de uma preciosidade.




Tenho consciência do quão penoso deve estar sendo ler essa "review". Falhei miseravelmente em conseguir apontar um único defeito neste anime. Não, não guardei nenhum para o último parágrafo para fazer uma surpresa. O fato é que estamos diante de uma série que não os possui. Isto é, se você, assim como eu, considera complexidade em excesso uma qualidade. Sendo assim, acredito que a nota não surpreenderá ninguém.


OBS: Muita atenção nos personagens (e na música "Yuudachi", de Suga Shikao) que aparecem na abertura. Inicialmente, pode até parecer que não são importantes e foram escolhidos aleatoriamente para estarem lá, mas, no final, a importância deles se mostrará crucial.



Fonte: animehaus

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